Frontal de Altar
Tecido em damasco de fio de seda e aplicação de lantejoulas prateadas. Bordado direto com pontos de ouro em fio de papel laminado prateado, com alma em seda e cordão do mesmo fio.
Trata-se de um raro e importante exemplo da utilização de damasco, cujos motivos lavrados serviram de desenho preparatório da composição bordada. O modelo compositivo do lavrado do damasco resulta de uma adaptação barroca do chamado “padrão ogival” – malha ogival definida por ramos curvilíneos, contracurvados – muito utilizado nos têxteis europeus desde o Renascimento, através da introdução do movimento sinuoso dos ramos, densamente preenchidos por flores, folhas e frutos.
Uma casula fotografada na igreja Vernã, em território de Goa, por Reynaldo dos Santos durante a missão que o levou à Índia portuguesa nos anos 50 do séc. XX (Santos,1954, fig. 6), mostra uma mesma composição floral bordada a ouro e prata. Trata-se certamente do mesmo damasco de seda cujo lavrado serviu de base ao bordado, tal como acontece neste frontal. Segundo Reynaldo dos Santos, existia ainda na igreja de Vernã um frontal pertencente ao mesmo paramento, possivelmente o frontal que aqui descrevemos, recentemente adquirido em Goa e trazido para Portugal.
Damasco de fio de seda e prata
Índia, Goa,
séc. XVII
Dim.: 101,0 × 291,0 cm
Silk damask and silver thread
India, Goa
17th c.
Dim.: 101,0 × 291,0 cm
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