Pichel

Nº de referência da peça: 
C635

Faiança portuguesa
Lisboa, 1636
Alt.: 24,5 cm
Prov.: Coleção Particular, Alcobaça
Expo.: ‘Un Siècle en Blanc et Bleu’, Paris, 2016, p. 78
Pub.: ‘Lisboa na Origem da Chinoiserie’, Lisboa, 2018, p. 122

Pitcher
Portuguese faience
Lisbon, 1636
H.: 24,5 cm
Prov.: P.C., Alcobaça
Exhib.: ‘Un Siècle en Blanc et Bleu’, Paris, 2016, p. 78
Pub.: ‘Lisboa na Origem da Chinoiserie’, Lisbon, 2018, p. 122

Rare Portuguese faience 1636 dated heraldic pitcher, decorated in cobalt-blue pigment on a tin-white glazed ground. In a typology that has for centuries been wrongly classified as a “Hamburg bottle”, this pitcher is defined by its ovoid shaped body sitting on a low conical foot, and by the long cylindrical neck. An elegant semi-circular handle joins the body to the lip.
The decoration in centred by a polylobate cartouche encircling a flamboyant armorial, crowned by a plumed helmet and wrapped in mantling of vegetal motifs and acanthus scrolls. Centrally placed, the initials ST, probably the owner’s monogram, and the date 1636, the whole heraldic motif framed by a two tone palmette frieze. The remaining body surface is densely filled by a vegetal composition of clear oriental flavour, with camellias and stylised “Chinese White Pine” branches over a band of juxtaposed petals. On the foot a ring of outlines palmettes alternating with vertical stripes. The neck is segmented in four vertical sections of floral motifs and double parallel columns.
One of the favoured Hanseatic League commissioned typologies, these pitchers would, on arrival in Northern Europe, receive their characteristic pewter lid.
Of unequivocal European shape but following contemporary Germanic prototypes unknown to Portuguese potter artists, these pitchers are often adorned in unusual motifs that adopt original decorative solutions adapted to their unusual shapes and typologies but, nonetheless reflecting the emerging taste for the exotic in compositions perfected by the Lisbon workshops.
The armorial decorative grammar of dated monograms within rounded cartouches is rare in contemporary Chinese porcelain prototypes, alluding instead to desirable Italian Majolica models. In this particular instance, the relation with Chinese porcelain is restricted to the floral elements adopted, camellias and “Chinese White Pine” branches, the neck geometrical composition of panels, columns, circles and lines and the armorial frame that alludes to contemporary Ming plate wells.
The Museum für Kunst und Gewerbe in Hamburg, has in its collection several examples of similar pitchers, some dated, the oldest to 1623, and some with German families or cities armorials.

Rara garrafa com tema heráldico, datada de 1636 e decorada a azul-cobalto sobre o vidrado, erroneamente por vezes designada como “ garrafa de Hamburgo”.
A peça tem corpo ovóide, que se prolonga por um colo alto e assenta sobre base cónica. Uma pega semicircular une o colo ao corpo.
A decoração está centrada numa reserva polilobada, que contém um brasão com elmo encimado por plumas e paquife com elementos vegetalistas e enrolamentos de folhas de acanto, com as iniciais S T, provavelmente iniciais do proprietário, e datada de 1636. O tema heráldico está envolvido por uma moldura de palmetas.
O restante bojo está preenchido por um denso motivo vegetalista ao sabor oriental, com camélias e ramos de “pinheiro da China” estilizados, sobre um padrão de pétalas justapostas. A base está decorada com palmetas separadas por linhas verticais.
Pescoço dividido em 4 painéis, o central com 2 colunelos justapostos e as laterais com motivos florais.
Um dos objectos mais apreciados e manufacturados para as cidades da Liga Hanseática são estes jarros, aos quais eram apostas tampas de estanho, já na Alemanha. A forma é claramente europeia, seguindo a tipologia dos picheis germânicos da época, o que obrigou a encontrar soluções decorativas próprias, por ausência de modelos específicos decorativos em que se pudessem basear e que conciliassem a morfologia resultante de uma necessidade específica com o gosto pelo exotismo, que despertava.
A decoração é centrada num exuberante motivo de cariz heráldico no bojo, com duas letras indicando o nome do ordenante e a data de fabrico, com uma cartela que os rodeia, rara na porcelana chinesa e que remete para a majólica italiana, produção muito cobiçada na época.
Neste exemplar a relação com a porcelana chinesa é evocada nos elementos florais das camélias e do “pinheiro da china”, na composição geométrica do pescoço, distribuída em painéis, com dois colunelos que possuem escamas imbrincadas, círculos e linhas, e na moldura do brasão, em banda, ao gosto das caldeiras e aba dos pratos Ming. O vocabulário chinês esgota-se aqui.
O Museum für Kunst und Gewerbe em Hamburgo possui vários exemplares de jarros com este formato, muitos datados, sendo a mais antiga de 1623. Alguns possuem brasões de famílias alemãs ou de cidades deste país. Uma peça muito curiosa com a representação de Eva encontra-se numa colecção privada em Portugal.

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