Cofre Namban, Japão, períodos Momoyma a Edo, c. 1580-1620
Criptoméria, laca dourada, madrepérola e cobre dourado
15.6 × 22.4 × 13.1 cm
F1444
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Provenance
Sandra Tavares, Portugal
Este cofre Namban em madeira lacada (urushi), conhecido por dogubako, apresenta tampa abaulada articulada, espelho de fechadura recortada quadrangular (aimeita) com dois animais e aldraba, pega (warabi-te) na tampa, e duas dobradiças no tardoz (chōtsugai).
As ferragens de cobre dourado (kazarikanagu) são finamente cinzeladas com motivos florais sobre fundo puncionado de “ovas de peixe” (nanako) conhecido por nanakoji. A decoração do espelho de fechadura inclui abóboras com suas largas folhas recortadas dois animais e a aldraba com um minucioso padrão de escamas de peixe, sendo as dobradiças ornamentadas com flores de crisântemo em plena floração.
A inusual decoração deste cofre, em especial a frente e a tampa abaulada, consiste em painéis verticais com embutidos de madrepérola (raden), bordejados por cercadura enxaquetada ao logo das arestas, semelhantes àquelas que separam os diferentes painéis. A complexa composição de cada quadro inclui uma cartela recortada em reserva (com flores) sobre fundo de fragmentos de madrepérola, com cercadura do muito conhecido padrão de círculos secantes, conhecido por shippōtsunagi. As ilhargas apresentam o mesmo tipo de composição em tapete, com flores sobre fundo negro no campo central, limitado por moldura estreita de fragmentos de raden e friso de losangos. No tardoz, uma versão simplificada, com painéis florais verticais, separados por friso enxaquetado e cercadura de triângulos. O interior é lacado lacados a negro.
A refinada decoração a ouro aplicada nestes pequenos cofres, conhecida por maki-e (literalmente “imagem salpicada”), é abundante no período Momoyama (1568-1603) e nos inícios do Edo. Durante este período, um tipo de laca destinada à exportação, que combinava embutidos de madrepérola com hiramaki-e, ficou conhecido por nanban maki-e ou nanban shitsugei. Namban, ou Nanban-jin (literalmente, “Bárbaro do Sul”), termo japonês que deriva da língua chinesas e que se refere aos mercadores, missionários e marinheiros, portugueses e espanhóis, que aportaram ao Japão nos séculos XVI e XVII.
Namban tornou-se também sinónimo do tipo de laca e outros produtos encomendados no Japão, para o mercado interno ou para exportação, que reflectiam o gosto ocidental, copiando protótipos europeus. Objectos de estilo Namban, produzidos em exclusivo para exportação, combinavam geralmente técnicas, materiais e motivos japoneses, com estilos decorativos e formas europeias. Os cofres Namban seriam utilizados para conter objectos preciosos, como jóias, sendo manufacturados seguindo orientações europeias e refletem a apetência portuguesa por objectos em madrepérola, como aqueles produzidos no Guzarate, na Índia.
Este nosso cofre é excepcional não apenas pelo seu estado de conservação, mas também pela requintada decoração e a alta qualidade das suas ferragens de cobre dourado.
As ferragens de cobre dourado (kazarikanagu) são finamente cinzeladas com motivos florais sobre fundo puncionado de “ovas de peixe” (nanako) conhecido por nanakoji. A decoração do espelho de fechadura inclui abóboras com suas largas folhas recortadas dois animais e a aldraba com um minucioso padrão de escamas de peixe, sendo as dobradiças ornamentadas com flores de crisântemo em plena floração.
A inusual decoração deste cofre, em especial a frente e a tampa abaulada, consiste em painéis verticais com embutidos de madrepérola (raden), bordejados por cercadura enxaquetada ao logo das arestas, semelhantes àquelas que separam os diferentes painéis. A complexa composição de cada quadro inclui uma cartela recortada em reserva (com flores) sobre fundo de fragmentos de madrepérola, com cercadura do muito conhecido padrão de círculos secantes, conhecido por shippōtsunagi. As ilhargas apresentam o mesmo tipo de composição em tapete, com flores sobre fundo negro no campo central, limitado por moldura estreita de fragmentos de raden e friso de losangos. No tardoz, uma versão simplificada, com painéis florais verticais, separados por friso enxaquetado e cercadura de triângulos. O interior é lacado lacados a negro.
A refinada decoração a ouro aplicada nestes pequenos cofres, conhecida por maki-e (literalmente “imagem salpicada”), é abundante no período Momoyama (1568-1603) e nos inícios do Edo. Durante este período, um tipo de laca destinada à exportação, que combinava embutidos de madrepérola com hiramaki-e, ficou conhecido por nanban maki-e ou nanban shitsugei. Namban, ou Nanban-jin (literalmente, “Bárbaro do Sul”), termo japonês que deriva da língua chinesas e que se refere aos mercadores, missionários e marinheiros, portugueses e espanhóis, que aportaram ao Japão nos séculos XVI e XVII.
Namban tornou-se também sinónimo do tipo de laca e outros produtos encomendados no Japão, para o mercado interno ou para exportação, que reflectiam o gosto ocidental, copiando protótipos europeus. Objectos de estilo Namban, produzidos em exclusivo para exportação, combinavam geralmente técnicas, materiais e motivos japoneses, com estilos decorativos e formas europeias. Os cofres Namban seriam utilizados para conter objectos preciosos, como jóias, sendo manufacturados seguindo orientações europeias e refletem a apetência portuguesa por objectos em madrepérola, como aqueles produzidos no Guzarate, na Índia.
Este nosso cofre é excepcional não apenas pelo seu estado de conservação, mas também pela requintada decoração e a alta qualidade das suas ferragens de cobre dourado.
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