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José Malhoa

Os Bêbados ou Festejando o S. Martinho, 1912
óleo s/ tela
58,0 x 77,5 cm
assinado e datado 1912
D652
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A pintura de género foi sem dúvida, a temática que se revelou mais importante em toda a carreira artística de Malhoa e, ainda hoje, são sobretudo os quadros deste tipo, como Os Bêbados, ou O Fado, os mais associados ao nome do pintor. Ao mesmo tempo, eles foram também os que mais marcaram a sua extensa fortuna crítica, ou mesmo a elevada cotação nos mercados leiloeiros. Mas diferentes seriam também as interpretações do Realismo dos finais de Oitocentos. Malhoa pintará, precisamente entre 1907 e 1910, as suas melhores obras de teor realista, Os Bêbados e O Fado onde, para além de uma interpretação do Realismo de carácter mais técnico (quase fotográfico), o artista mostra-se bastante mais arrojado, ao assumir um carácter de âmbito social. Os pequenos dramas domésticos de âmbito rural, que preenchem grande parte da sua pintura de género, são para aqui transpostos de forma magistral, fazendo destas, as melhores obras do mestre. Por outro lado, o tratamento diverso com que o artista tratou o tema dos bêbados, é um claro exemplo da flexibilidade estilística e técnica de Malhoa, produzindo algumas das melhores pinturas da sua carreira. Assunto recorrente na sua obra, que o autor desenvolve entre 1901 e 1912 (embora já pensado desde 1898), ele permite tomá-lo como exemplo paradigmático do virtuosismo que caracteriza a sua pintura. De facto, desde a pintura histórica de tipo casacón, passando pelo luminismo, “tenebrismo” e até um certo expressionismo, são várias as tendências que podemos observar nestas obras, que hoje conhecemos como Volta da Romaria, Pensando no caso, Vinho Verde, Os Bêbados e Basta, meu pai! . Embora o tema central seja comum, o tratamento, bem como a composição, apresentam diferenças nítidas. Apenas o Pensando no caso, o Vinho Verde, e Os Bêbados, parecem variações da mesma ideia, refeita e sucessivamente ampliada, passando de uma, para três, para seis e, por fim, para cinco figuras. Apesar das diferenças, no tocante ao número de personagens, em todas as telas o artista coloca o ênfase nas consequências do vício e no excesso, mais que na simples representação, como sucedia frequentemente na tradição da pintura ocidental. Em vez de se centrar na narrativa, Malhoa parece “saltar” directamente para a “moral da história”. Além disso, o pintor também chama a atenção para a diversidade das ditas consequências, dado que elas, tanto podem ser de teor pessoal (Volta da Romaria, Pensando no caso), social (Vinho Verde, Os Bêbados), ou familiar (Basta, meu pai!), consoante os efeitos do desregramento afectem apenas o indivíduo isolado, o grupo, ou a família.
Perfeitamente inserida no seu “realismo psicológico”, esta série torna ‑se igualmente representativa de que, para Malhoa, não era tanto o assunto em si que importava, mas sobretudo a capacidade dele suscitar sensações, independentemente da sua espécie. No fundo, a emergência da categoria do Sublime, sobrepondo ‑se às idealizações da categoria do Belo. Malhoa manifesta duas concepções opostas da pintura e da vida – a optimista, e a pessimista. Saindo do domínio mais exterior da vida social, penetra na intimidade das almas simples, e dos ambientes humildes da sociedade rural, no que de melhor ou de pior, eles tinham para oferecer. Da alegria e felicidade que se patenteia em festas aldeãs, ou em cenas de sedução inócuas, à melancolia, e aos dramas domésticos da vida no campo, o pintor parece querer percorrer, todos os estados psicológicos possíveis, individuais ou colectivos. O tema dos bêbados revela-se, no entanto, como caso ímpar, dado que nele parecem confluir as duas tendências. Talvez, como afirmava Sousa Pinto, “Como bom realista, Malhôa observa e descreve, sem concluir. Os Bêbedos não são uma obra de propaganda anti-alcoólica, mas também não advogam o prazer de beber à bruta.”. É esta “ausência de maldade”, que torna os bêbados de Malhoa em seres inofensivos e, nalguns casos, também grotescos, mais sujeitos ao riso do que ao opróbrio ou à reprovação. Depois do humorístico tratamento do tema, com a tela Volta da Romaria, de 1901, o pintor retoma o assunto em 1905, e em 1907, embora de forma consideravelmente oposta ao da pintura anterior. Mantendo ‑se fiel às oscilações estilísticas, volta a trocar o Luminismo pelos fortes contrastes de claro-escuro, de cariz “tenebrista”, apesar da filiação na pintura seiscentista se manter presente. Surgem ‑nos assim, o Pensando no caso, e o Vinho verde / São Martinho, respectivamente destinados ao mercado nacional e ao brasileiro, duas versões preparatórias para a tela maior, de 1907. Quadros menores, certamente, e não pensados para o Salon parisiense, como sucederá dois anos depois. Ultrapassadas as polémicas, e dado o sucesso obtido com o célebre Os Bêbados (também conhecido como Festejando o São Martinho, o que gera por vezes alguma confusão com a pintura de 1905), Malhoa volta a retomar, quer o tema, quer a composição, em 1912, num quadro de dimensões mais comedidas (c. 1/3), que venderia ao Conde de Ameal. Embora mais devedor à tela de 1907, trata-se, efetivamente, da sua 3ª versão de Festejando o São Martinho. Exposto em 1941, e reproduzido por António Montês em 1950, foi considerado como um estudo para o quadro de 1907, apesar do autor ter achado “desconcertante” o facto de ele estar assinado e datado de 1912. Esta ideia foi sucessivamente repetida até 2003 quando, Lucília Verdelho da Costa o entende já como uma versão posterior, e até superior.
De menor formato, o pintor teve naturalmente de cortar o número de figurantes, contando agora com apenas 5, eliminando o Julião dos Santos, permitindo assim um maior destaque da figura do meio. O Jerónimo Godinho, à esquerda, agora sem chapéu, foi recuperado de um estudo para Os Bêbados, da versão de 1907. Com maior força expressiva, e mais sólido nos contrastes de claro ‑escuro (atirando para a penumbra as figuras de segundo plano), a luz penetra agora pela esquerda (e não de frente), filtrada por uma pequena janela que se abre no alto da parede. O traço é também distinto, mais solto e empastelado, com menos vigor no desenho, o que se afirma também no delineamento do espaço, ou no tratamento detalhado dos objectos. A maior riqueza cromática, patente sobretudo na grande mancha azul da mesa, em primeiro plano, revela que Malhoa parece ter dado atenção à crítica de Adelardo Covarsi, sobre os Bêbados de 1907, por ocasião da Exposição de Bellas Artes de Madrid. Não obstante o grande elogio que tece, Covarsi apontavalhe a fraqueza do colorido e a monotonia das tonalidades. O comentador espanhol, fazia assim eco da crítica francesa, ao apontar a falta de cor, motivada pelos excessos de claro-escuro, e a sua filiação em Velásquez. Esta versão de 1912, não se trata pois de um mero remake das versões anteriores, ou de uma cópia, como sucedeu noutras situações. Ela é um reflexo do trabalho intenso que Malhoa desenvolveu, ao longo de uma década, de um tema que lhe interessou de modo particular. Das várias hesitações, reformulações, e do inusitado trabalho que o tema lhe deu, nos dá conta o próprio autor, desde Setembro de 1906: “e agora, n’estes 15 dias só tenho feito estudos, estudos, e estudos! Com o tempo que tenho gasto com estes carvões, já o anno passado teria pintado pelo menos... tres ou quatro quadros! ... Não me contento, com o estudo d’uma figura, faço outra e outra: assim, se não gosto da expressão d’uma cabeça, repito os estudos tres e quatro vezes, depois comparo-os e parece-me que o ultimo é sempre melhor”. Outro testemunho importante, e que ajuda a compreender melhor o notável e inusitado realismo desta série, é o que o artista refere, acerca da sua metodologia de trabalho - não bastava reproduzir a aparência exterior da realidade, mas necessário vivê-la de forma pessoal: “Eu continuo a trabalhar, estudando, muito seriamente, como nunca me aconteceu; há mez e meio que faço estudos de desenho e composição pª o meu futuro quadro. Tenho tambem estudado muito, não desenhando, mas vivendo a vida dos meus modelos, vivendo com elles e sentindo com elles.”. Entre esses modelos, todos de Figueiró ou arredores, contavam-se, Jerónimo Godinho, do lugar da Talhada; Júlio Soares Pinto e Julião dos Santos, do lugar da Castanheira; e Alfredo Ventura, de alcunha, o “Crista”. Efectivamente, Os Bêbados é uma das obras mais fortes da sua vertente realista, e também das mais importantes. Quadro marcado pelo “brutal realismo”, a ele se junta a qualidade técnica, através do desenho cuidado, no retrato fiel dos personagens e na representação detalhada dos mais pequenos pormenores. Porém, é sobretudo no conteúdo que o seu realismo emerge de forma manifesta. Apelando para o Realismo de cariz social de Daumier e Courbet, representa uma das raras ocasiões em que Malhoa se desvia da pintura de Juste millieu.
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