Bacia , Portugal, finais do séc. XVI.
prata
Ø 43 cm
B314
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Bacia redonda em prata portuguesa, ostentando o Espírito Santo, posteriormente repuxado e cinzelado, no seu medalhão central. De bordo levantado e estriado, a aba é trabalhada por motivos tanto geometrizantes (ferroneries tipicamente maneiristas) como fitomórficos, que se combinam numa intricada decoração. O covo é maioritariamente liso, com banda cinzelada pela frente ao torno do medalhão central, seguindo o registo decorativo da aba. Finamente entalhada, a decoração será possivelmente modelada a partir de fontes impressas contemporâneas. No medalhão central alteado, circundado por decoração incisa geométrica, enfatizando a imagem central da peça, destaca-se a pomba do Espírito Santo cinzelada e repuxada posteriormente.Bacias lisas revelando abas adornadas de gravados ou relevados, frequentemente apresentando medalhões centrais, constituem os modelos mais comuns da produção nacional dos séculos XV e XVI. Já no século XVI destacam-se um conjunto de bacias de consideráveis dimensões como o exemplar em análise, assim como um incremento da decoração fitomórfica na produção portuguesa. Contudo, poucos exemplares sobreviveram, evidenciando a importância das peças sobreviventes . A mais antiga referência a «marcas» portuguesas para prata foi documentada em dezembro de 1401, num regimento da Cidade do Porto (António Cruz 1984-1986). Todavia, desde o último quartel do século XVI - durante a dinastia filipina e até ao terceiro quartel do século XVII - não foi utilizada qualquer punção oficial . Somente a partir de 1668, durante o reinado de Pedro II, se restabeleceu a marcação da ourivesaria em Portugal, com o decreto de regimentos que proporcionou o renascer de diferentes marcas municipais. Sendo um trabalho com características da segunda metade do século XVI, o facto de não se encontrar marcada poderá ser indicativa de ter sido executada no último quartel desta centúria. A bacia tem, contudo, a marca de Lisboa de «ouro ou prata (usado)» para artefactos, usualmente designada por «cabeça de velho», utilizada entre 1938 e 1985, com o objetivo de garantir a espécie e o toque do metal.
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