Mesa de Encostar D. José, séc. XVIII
A D. José, richly patterned rosewood side table defined by the rectangular top whose shape accompanies the undulating case movement, frontal rounded corners and stepped moulded edge trim. Epitome of a model often reinterpreted during the 3rd-quarter of the 18th century, it features a case of single long drawer lined in Brazilian mahogany and framed by peripheral frieze. The aprons, of exuberant contours, are finely carved in curves and counter curves with foliage, stylised flowers, shells, volutes and eloquent and symmetrically arranged rococo scrolls.
The harmonious cabriole legs, ornamented with large knee height carved foliage cartouches, terminate in elegantly designed pipe feet of delicate foliage elements. The scalloped and pierced cast bronze handles and lock escutcheon, correspond to a typology often seen in furniture of this period and are original to the table.
The Pragmatic Law that prohibited the importing of furniture, promulgated by King João V (r.1705-1750) shortly before his death, had a considerable impact in the development and creativity of Portuguese furniture makers who, in addition to absorbing the European artistic tendencies of the age, were also capable of developing a national style that was simultaneously fashionable and refined.
These influences, absorbed from European baroque and rococo prototypes, were successfully nationalised by furniture makers through processes of creative artistic syntheses that resulted in the great quality and sensorial exuberance illustrated by this side table.
Mesa de encostar D. José do 3º quartel do Séc. XVIII, em pau-santo entalhado de bela vergada e patine.
Tampo retangular, com rebaixo, recortado e moldurado acompanhando a ondulação da caixa na frente e nas ilhargas, com cantos dianteiros arredondados.
Caixa abaulada de linhas suaves e sinuosas, ocupada predominantemente por gaveta lisa emoldurada por friso periférico, com forros em vinhático. Apresenta um exuberante saial, na frente e nas ilhargas, de belo recorte e finamente entalhado, com curvas e contracurvas, flores estilizadas, folhagens, concheados, volutas, “C”s e “S”s de grande expressão, ao gosto rocaille, distribuídos simetricamente.
Elegantes pernas galbadas, as quatro entalhadas com cartela geométrica, de perfil moldurado, com elementos vegetalistas estilizados, terminando em pés de cachimbo de elegante desenho.
Ferragens originais, em bronze recortado e vazadas decoradas ao estilo da época.
A Lei Pragmática promulgada (em 1749) por D. João V, pouco antes da sua morte, que proibia a importação de móveis, contribuiu para a criatividade e saber dos nossos marceneiros, que para além de absorverem a tendência artística europeia conseguiram desenvolver um estilo nacional, particular e requintado.
Estas influências, transmitidas através dos estilos Barroco e Rococó, foram assim assimiladas, recriadas e nacionalizadas pelos marceneiros portugueses através de sínteses artísticas, muito criativas, de grande qualidade e exuberância sensorial, como bem exemplifica esta mesa de encostar.
É no período D. José, que a mestria da marcenaria portuguesa atinge o apogeu, altura em que a forte personalidade joanina vai dar lugar ao esbatimento das formas e à nova estética rocaille, do período D. José.
Neste caso, a estrutura e robustez da mesa de encostar, os recortes acentuados, e principalmente os ornamentos simétricos e profundos ligam-se ainda ao período Joanino. No entanto, prevalecem as particularidades da época de D. José I, visíveis na utilização dos pés em cachimbo, assinalados no prelúdio josefino e na ornamentação que se fragmenta em estilizações mais ou menos acentuadas com elementos de estética rocaille.
Receba as novidades!
* campos obrigatórios
Processaremos os seus dados pessoais que forneceu de acordo com nossa política de privacidade (disponível mediante solicitação). Pode cancelar a sua assinatura ou alterar as suas preferências a qualquer momento clicando no link nos nossos emails.