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Tsuba Namban, "Nau de Trato" (Kurufune), Japão, inícios séc. XVII

ferro fundido e ouro
1.0 x 7.0 x 7.0 cm
F1110
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O Tsuba ou guarda-mão de espada protege as mãos do guerreiro contra a espada do adversário. Os primeiros exemplares remontam ao seculo VI tornando-se, no início do período Edo (1600 – 1868), parte integrante de elaboradas tradições artísticas, associadas as armas e armaduras das classes guerreiras. Geralmente feitos de ferro — como os exemplares aqui apresentados —, são muitas vezes incrustados de materiais nobres (F1109 e F1110) e decorados com diversos motivos emblemáticos e simbólicos.

Os modelos iniciais, apenas com função defensiva, eram em forma de gota, apresentando apenas uma abertura central, parte que se manteve na sua evolução para círculo de metal simples. Só a partir de Seiscentos altura em que se inicia o trabalho em ferro forjado, surgem outras configurações, privilegiando o aspecto decorativo, com uma estética bem trabalhada e elaborada, que mereceu a atenção de guerreiros e samurais, transformando-se em símbolos de poder, susceptiveis de transparecer o estrato social do seu proprietário.

Na manufactura destas guardas foi necessário definir uma zona central, consistente, o (seppa-dai), rodeando a abertura em forma de cunha, que servia a entrada do pino (nakago) da lâmina da espada. Nas pecas mais elaboradas existe mais uma ranhura (F1110 e F1111) ou duas (F1109) que recebiam, respectivamente, a extremidade (Kozuka), de um pequeno punhal (Kogatana) - semelhante a uma pequena Katana - que servia para os usos correntes dos samurais; e a do Kogai — tipo de espeto que tinha várias aplicações, desde servir como arma, como ferramenta para a armadura, ou para prender o cabelo do guerreiro.

Os artesãos que se dedicavam ao fabrico armaduras, espadas e tsubas, eram tidos em grande consideração, e os especialistas que se encarregavam das várias componentes de uma armadura - que podiam chegar a duas dezenas de peças, como espadas, protectores e capacetes - punham na obra final, a marca da sua personalidade.

À escola de Gotō, fundada por Gotō Yūjō (1440 – 1512), se deve a mais famosa produção de espadas japonesas. Foi patrocinada pelo Dáimio unificador do Japao, Toyotomi Hideyoshi (1543 – 1616), pelo Xogum Ieyasu (1603 – 1616), fundador da dinastia Tokugawa, e pelos seus sucessores. Ficou activa ao longo deste xogunato, mantendo-se na mesma família durante cerca de quatrocentos anos. Hideyoshi nos finais do seculo XVI (1588), numa grande caça à recolha de espadas, decidiu desarmar toda a população, excepto os guerreiros samurais, peritos em desenvolver a arte de manejar estes objectos (Kenjutsu).

O tsuba, tal como todos os outros constituintes de ataque e defesa do samurai, aliava à função puramente utilitária, uma procura estética, produzindo uma obra de arte homogénea que marcava a aparência social do seu possuidor, assim como os seus ideais e convicções. Nela figuravam os símbolos cristãos - que irão desaparecer a partir de 1613, altura em que a religião cristã se torna interdita por Tokugawa Ieyasu - ou a representação de europeus, só possível ate 1639, data em que o xogum Tokugawa Iemitsu (g. 1623 – 1651) promulgou o Sakoku — o Édito da Exclusão — que isolou o Japão do resto do mundo.

Os três objectos em análise pertencem à arte Namban, dos Namban-jin ou “Barbaros do Sul”, termo por que foram designados os portugueses quando da sua chegada ao arquipélago nipónico. Estas tsubas possuem certas particularidades que lhes permitem esta designação. A característica mais notável advém da utilização de uma patine regular castanha sobre o ferro, responsável pelo excelente estado de conservação que mantêm até aos dias de hoje, ao contrário das congéneres de origem chinesa. Apresentam normalmente a forma (gata) redonda (maru-gata), ligeiramente alongada (naga maru-gata) e com bordo saliente (mimi); a moldura (seppa- dai), que envolve o orifício central e saliente e a decoração emprega motivos europeus miscigenados com japoneses.

Para além da decoração com figuras Namban-Jin, empregam-se também, nestas peças japonesas, motivos emblemáticos e simbólicos da cultura autóctone e elementos vegetalistas, inspirados na Europa e na China, como os enrolamentos em Karakusa (F1109). Este padrão decorativo, desenvolvido pelos artesãos japoneses a partir de enrolamentos europeus e chineses, constituindo espirais de ramos de vinhas e de outras formas naturais, estilizadas e abstractas, é um paradigma da arte namban.

Estes raros e importantes tsuba, que adicionaram habilmente a função do objecto, à qualidade, beleza e simbologia, serviram de equipamento a importantes Dáimios e Samurais, tornando-se num relevante exemplo de fusão entre as culturas, portuguesa e japonesa.Tsuba Namban de ferro forjado (tetsu) do seculo XVII, com vestígios de revestimento em liga de ouro. Ornamentada de ambos os lados em abertos e fechados, recortados e gravados, em baixo-relevo, a decoração circunscreve-se à forma circular alongada (naga maru-gata) subdividida em linhas paralelas horizontais, onde se representa magnifica embarcação europeia (barco negro do trato de Macau, designado por Kurofune), miscigenada com cobertura e cimalha oriental.

Esta nau agrupa o orifício central (nakago hitsu) elevado (seppa-dai) e a reentrância necessária ao espeto (kogai), encimada por três punhais (Kogatana) espetados e paralelos. Na plataforma elevada da embarcação o artista assinalou a origem deste barco pela representação de tripulantes vestidos a europeia, com chapéu de aba larga.

As ondas do mar e o casco, com as réguas dos remos colocadas em oblíqua, denunciam que a nau está em movimento. Na proa, em destaque, surge um dragão japonês (ryu) que protege o navio - divindade mítica que, entre as várias lendas, tutela principalmente o mar, simbolizando todo o poder do oceano como rei dos mares. O Japão retirou da China o hábito de conciliar o dragão (Ryu tatsu) com a instituição imperial e o Budismo.

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Provenance

Col. Rui Quintela, Lisboa

Exposições

"Venans de Loingtaines Voyages", M. Design, Bordeaux 2019, (cat. p. 56); "Des Samouraïs aux Mangas", Missions Etrangeres de Paris, Paris 2024 (cat. no. 6c)

Publicações

Depois dos Bárbaros II", 2008, p. 140
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