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Contador com Trempe Indo-Português , Província do Norte do Estado Português da Índia (Taná), finais séc. XVI

Teca, ébano e marfim
82.0 x 46.0 x 36.0 cm
F1126
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Móvel formado por dois corpos, a caixa ou contador, e a trempe, que a suporta. A estrutura é em teca faixeada a ébano com decoração marchetada de grande sumptuosidade e riqueza decorativa, em sissó, madeiras exóticas, marfim à cor natural e tingido de verde, fixa por pinos de latão. As ferragens são de cobre dourado a azougue (por amálgama de ouro com mercúrio).O contador, de forma paralelepipédica, apresenta fábrica com seis gavetas simulando nove, distribuídas em três renques, separadas por molduras com filetes de marfim, onde estão cravadas de tachas de cobre dourado, colocadas em intervalos regulares. A frente das gavetas tem fundo em ébano e é delimitada por cercadura de duplo filete de marfim. Está preenchida com decoração de elementos fitomórficos, num exigente exercício de simetria, constituída por flores e folhas estilizadas em madeiras exóticas, marfim à cor natural e tingido de verde, envolvendo o espelho da fechadura, que é em cobre dourado recortado e rendilhado. No topo e ilhargas sobressai um rectângulo preenchido por enxaquetado de cubos justapostos, que se definem pela alternância de cores das respectivas faces, em branco, verde e castanho, com uma moldura em faixa de flores de oito pétalas, ponteadas por cavilhas de marfim à cor natural. Este paralelogramo está rodeado por elementos vegetalistas, idênticos aos que compõem a frente do contador e termina em faixa de rosetas justapostas realçadas por duplo filete, com cantos protegidos por cantoneiras de cobre dourado recortado e rendilhado.A trempe, onde assenta o contador, é constituída por um renque de duas gavetas suportado, na frente e ilhargas, por arco de meia volta rematado por alfiz – moldura rectangular utilizada frequente na arquitectura islâmica - decorado com elementos vegetalistas e envolvidos por faixa de corolas, que dá acesso a um compartimento amplo. Os montantes laterais e os pés são formados por nagini esculpidas – divindades femininas da mitologia hindu ligadas ao elemento água – com ajna ou terceiro olho entre as sobrancelhas, lembrando a sua capacidade intuitiva; o tronco é de mulher, com as mãos tocando os seios - símbolo de fertilidade – e termina em cauda de serpente enrolada. Está colocada sobre pedestal de secção quadrangular.Na historiografia de arte Indo-Portuguesa, o mobiliário de marchetados tem sido atribuído a quatro grandes centros ou áreas de produção: Goa, Cochim, Província do Norte do Estado Português da India, e Norte da Índia ou Paquistão (Sinde) de influência mogol - império cujas realizações artísticas e culturais despontam nos finais do século XVI, com o imperador Akbar, o Grande, (r. 1556 – 1605), e principalmente com Shah Jahan (r. 1628 – 1658) e Aurangzeb (1685 – 1705). Sabemos que, a partir de meados de Quinhentos, chegaram ao reino de Portugal móveis marchetados que adornavam as casas de nobres e ricos mercadores. Eram originários da Província do Norte do Estado Português da India, onde se estabeleceram oficinas em cidades como Chaúl, Baçaim, Diu e Taná (nos arredores de Bombaim), e se executava preciosa decoração de embutidos. Num inventário de 1559 recentemente divulgado com a listagem das peças embarcadas em Goa, na nau Garça, realizado por Manuel Leitão, tesoureiro do Estado Português da Índia em Goa, encontra-se huum escriptorio nouo grande de pee marchetado feyto em Tanaa . A referência à produção da Província do Norte prolonga-se pelo século XVII, em vários documentos, entre os quais o testemunho de Frei João dos Santos (1560 – 1622) na Ethiopia Orientale Vária História de Cousas Notáveis do Oriente onde refere “… por este rio de Chaul acima da mesma parte da nossa cidade, obra de meia legoa está a povoação dos mouros nossos vizinhos a que chamam Chaul de Cima. N’ella vivem também muitos gentios, quasi todos mercadores e afficiais de muitos officios, particularmente de colchas de toda a sorte, de escritórios marchetados, catres e mais peças…”, frisando que as oficinas se localizavam numa aldeia hindu, a poucos quilómetros da cidade de Chaúl. Os contadores eram tão populares nas casas nobres e burguesas que, na carta de partilhas da viúva de Garcia de Melo Torres, acham-se arrolados, vindos da India entre 1583 – 1592, e 1605-1614,“… hu comtador de theca guarnecido a pao preto e marchetado de marfim…” e “… outro comtador da imdia marchetado de verde e branco…” Também em 1635, António Bocarro (1594 – 1642), cronista oficial e guarda-mor da Torre do Tombo de Goa, dá-nos a conhecer, a propósito de contadores que em Taná, nos arredores de Bombaim, se fabricavam “… excelentes escritórios, contadores e bofetes, com marchetes de paos preto e marfim muito mais duráveis que de nenhuma outra parte deste Estado…”. Quanto ao mobiliário com decoração de embutidos, que se conhecem como “de Goa”, pela ausência de referências explícitas a esta produção, surgem dúvidas quanto à sua fabricação local. A única certeza é que, para além das peças de cariz religioso e de sacristia, seguramente aí produzidas por serem de grandes dimensões e encomenda para determinado espaço, eram aí embarcados em quantidades apreciáveis, peças com decoração de embutidos que utilizavam madeiras de cores e de tons diversos, formando desenhos geométricos, denominados diaprés, com uso pontual do marfim, e cuja produção se situa já no século XVII. A forma deste raro e precioso móvel, influenciada por protótipos europeus, sugere uma encomenda portuguesa, com produção em Taná, centro que se conhece a partir de 1559, como referido anteriormente. A ornamentação é de influência persa, comum aos móveis de influência mogol e aos que se produziam nos territórios designados de Província do Norte do Estado Português da Índia, com influxo directo da decoração sumptuária e rica, produzida nos sultanatos islâmicos do Decão, especialmente Bijapur e Ahmednagar, resultantes da desagregação política do Sultanato de Bahami (1347 – 1518), um dos bastiões da cultura persa no continente indiano antes de virado o século XVI. A raridade do modelo deve-se ao rigor de proporções, ao alto nível de execução e preciosa decoração, adaptados à pequena escala, remetendo-nos imediatamente para um móvel de estrado, de uso feminino, corrente durante vários séculos nos países de influência islâmica, tal como Portugal. Corrobora esta afirmação o facto de ter o tardoz liso, sem qualquer decoração, uma vez que o móvel seria colocado contra a parede. Por todas estas características, o pequeno contador em análise, dos finais do seculo XVI, é um dos mais importantes exemplos desta produção documentada e com origem em Taná.
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