Escritório Namban , Japão, período Momoyama / Edo (c.1 600-1630)
Laca, madrepérola, ouro e cobre
24.0 x 31.0 x 23.0 cm
F1381
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Escritório Namban de pequenas dimensões, com formato paralelepipédico e secção quadrada, tampo de abater e oito gavetas, executado em madeira de cedro do Japão (Cryptomeria japonica), que datamos do primeiro quartel do século dezassete, atendendo aos motivos que o decoram. Lacado a negro (urushi-e) e de forma claramente europeia, encontra-se ornamentado a hira-maqui-e com incrustações de madrepérola (raden), duas técnicas características das lacas de exportação japonesas do período Namban (1573-1639) . As montagens, tanto das pegas e das cantoneiras, assim como dos espelhos das fechaduras, são em cobre dourado. Os motivos decorativos fazem uso destas práticas milenares da arte tradicional japonesa e caracterizam-se pelo uso de formas geométricas e vegetalistas, com diferentes padrões que revestem o exterior desta peça. O exterior do tampo, as faces laterais e a superior encontram-se profusamente decoradas com dois tipos de ornamento geométrico. Ao centro, limitado por duplo filete de madrepérola, encontra-se o padrão das sete jóias, trazido para o Japão via China. De acordo com a tradição indiana, este motivo está relacionado com o grande rei do mundo Chakravartin e mestre dos domínios sagrados, Sidharta Gautama Buda. No Japão está também associado aos sete deuses da fortuna, sendo denominado de shippomon. Uma banda larga em madrepérola e maki-e emoldura o quadro, preenchida por motivo que ficou conhecido por Ichimatsu, caracterizado por quadrados justapostos, alternando placa de madrepérola com pintura de flor de cânhamo estilizada, voto de prosperidade para os descendentes e sucesso nos negócios. Rebatendo o tampo, deparamo-nos com o conjunto de gavetas centradas num compartimento central retangular com fechadura, decorado com um arco que assenta sobre par de colunas, de estilo europeu clássico e a flor de Gentiana (Rindo). As frentes das gavetas estão adornadas com grandes enrolamentos de folhagem de Paulónia, rematados por filete único de madrepérola e enquadradas por padrão, designado de Uroko, representativo das escamas de peixe, motivo muitas vezes usado pelos Samurai como um talismã contra o mal. No interior do tampo de abater e no tardoz do móvel, destaca-se um grande enrolamento de folhas da árvore de Paulónia, separado por um filete contínuo de madrepérola, de uma cercadura larga com reminiscência do padrão das sete jóias. Esta peça é um exemplo do sincretismo que se foi desenvolvendo, entre o final do século dezasseis e o primeiro terço do dezassete, entre a cultura ocidental e a cultura nipónica, atendendo ao formato europeu e à ornamentação com motivos tradicionais da arte japonesa, representativos do seu folclore e das religiões Budista e Xintoísta. Pelo seu raro formato, poderá ser uma das últimas peças que foram executadas para o mercado de exportação antes do início do Sakoku, período em que os japoneses permitiram apenas a permanência dos holandeses na pequena ilha de Deshima, ao largo de Nagasaki, expulsando todos os outros mercadores estrangeiros.
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