Pote Datado com Armas Reais portuguesas, Lisboa, 1641
faiança portuguesa
Alt. / H.: 25 cm
Comemorativo da Restauração da Independência
C643
Raríssimo boião rodado, com quatro faces achatadas, em faiança portuguesa do século XVII, datado de 1641, e decorado a azul-cobalto, com as Armas Reais Portuguesas.Na frente, o bojo está ornamentado por grinalda de folhagem circular que enquadra uma exuberante representação do brasão com as armas reais portuguesas, encimado por coroa fechada. Nas restantes faces evidenciam-se três reservas, uma em cada face, representando um gamo, um veado e um alce, sobre paisagens orientais, com rochas, troncos e ramos floridos, inspirados na porcelana chinesa da dinastia Ming. Ornatos derivados de grotescos, a branco sobre fundo azul, separam estas reservas, conferindo a esta peça uma influência europeia e uma nota cromática contrastante. A decoração do bojo, assenta numa faixa delimitada por anéis desadornados, com barra de folhas de acanto estilizadas, em posição invertida, sobre fundo azul. O colo baixo, de bordo saliente, encontra-se contornado por banda decorativa formada por gavinhas estilizadas, separadas por grupos de traços oblíquos, composição esta frequentemente encontrada noutras peças rodadas, nomeadamente canudos de farmácia. Esta peça excepcional, das mais invulgares de toda a faiança portuguesa do século XVII, possivelmente única na sua belíssima decoração, é especialmente valorizada pela inclusão do brasão real português, que voltou a ser adoptado pela dinastia de Bragança, após a Restauração da Coroa Portuguesa, em 1 de Dezembro de 1640, que terá motivado a encomenda desta e de outras peças de faiança com a mesma representação heráldica, todas datadas de 1641, como duas garrafas do Museu Nacional de Machado de Castro, em Coimbra, e alguns canudos de botica, entre os quais os dois incluídos neste catálogo C664 e C665. As peças comemorativas desta efeméride são de uma grande exuberância na representação das armas reais portuguesas, como se pretendessem mostrar ao mundo que a Independência tinha sido restaurada.
Provenance
Col. M.B., Alcobaça; Col. Ateneu Comercial do Porto, PortoPublications
ROQUE, Mário, Lisboa na Origem da Chinoiserie, Lisboa: São Roque, 2018 (pp. 110-111)Faiança Portuguesa do Ateneu Comercial do Porto, Porto, 1997 (cat. p. 29)
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