São Roque
Skip to main content
  • Menu
  • Artworks
  • Publications
  • Press
  • Exhibitions
  • Videos
  • Sold Archive
  • Contact
  • PT
  • EN
Menu
  • PT
  • EN
Artworks

Joias

Open a larger version of the following image in a popup: Cruz-Relicário Namban ou Nipo - português , Japão, período Momoyama ca. 1573 - 1603
Open a larger version of the following image in a popup: Cruz-Relicário Namban ou Nipo - português , Japão, período Momoyama ca. 1573 - 1603
Open a larger version of the following image in a popup: Cruz-Relicário Namban ou Nipo - português , Japão, período Momoyama ca. 1573 - 1603
Open a larger version of the following image in a popup: Cruz-Relicário Namban ou Nipo - português , Japão, período Momoyama ca. 1573 - 1603
Open a larger version of the following image in a popup: Cruz-Relicário Namban ou Nipo - português , Japão, período Momoyama ca. 1573 - 1603
Open a larger version of the following image in a popup: Cruz-Relicário Namban ou Nipo - português , Japão, período Momoyama ca. 1573 - 1603
Open a larger version of the following image in a popup: Cruz-Relicário Namban ou Nipo - português , Japão, período Momoyama ca. 1573 - 1603
Open a larger version of the following image in a popup: Cruz-Relicário Namban ou Nipo - português , Japão, período Momoyama ca. 1573 - 1603
Open a larger version of the following image in a popup: Cruz-Relicário Namban ou Nipo - português , Japão, período Momoyama ca. 1573 - 1603
Open a larger version of the following image in a popup: Cruz-Relicário Namban ou Nipo - português , Japão, período Momoyama ca. 1573 - 1603

Cruz-Relicário Namban ou Nipo - português , Japão, período Momoyama ca. 1573 - 1603

liga de cobre e ouro (shakudo), lacada (urushi) e ouro
15 x 10 cm x 2,5 cm
Inscrição:" Louvado Seja o santíssimo Sacramento"
F1281
Enquire
%3Cdiv%20class%3D%22title_and_year%22%3E%3Cspan%20class%3D%22title_and_year_title%22%3ECruz-Relic%C3%A1rio%20Namban%20ou%20Nipo%20-%20portugu%C3%AAs%20%3C/span%3E%2C%20%3Cspan%20class%3D%22title_and_year_year%22%3EJap%C3%A3o%2C%20per%C3%ADodo%20Momoyama%20ca.%201573%20-%201603%3C/span%3E%3C/div%3E%3Cdiv%20class%3D%22medium%22%3Eliga%20de%20cobre%20e%20ouro%20%28shakudo%29%2C%20lacada%20%28urushi%29%20e%20ouro%20%3C/div%3E%3Cdiv%20class%3D%22dimensions%22%3E15%20x%2010%20cm%20x%202%2C5%20cm%20%3C/div%3E%3Cdiv%20class%3D%22signed_and_dated%22%3EInscri%C3%A7%C3%A3o%3A%22%20Louvado%20Seja%20o%20sant%C3%ADssimo%20Sacramento%22%3C/div%3E

Further images

  • (View a larger image of thumbnail 1 ) Thumbnail of additional image
  • (View a larger image of thumbnail 2 ) Thumbnail of additional image
  • (View a larger image of thumbnail 3 ) Thumbnail of additional image
  • (View a larger image of thumbnail 4 ) Thumbnail of additional image
  • (View a larger image of thumbnail 5 ) Thumbnail of additional image
  • (View a larger image of thumbnail 6 ) Thumbnail of additional image
  • (View a larger image of thumbnail 7 ) Thumbnail of additional image
  • (View a larger image of thumbnail 8 ) Thumbnail of additional image
  • (View a larger image of thumbnail 9 ) Thumbnail of additional image
  • (View a larger image of thumbnail 10 ) Thumbnail of additional image

Rara cruz-relicário Namban de suspender, atribuída aos finais do século XVI. Uma encomenda feita sob influência da comunidade Jesuítica no Japão. É em Sawasa[1], um tipo de material constituído por shakudō - liga de cobre, com ouro, prata e arsénico - que posteriormente é lacado a negro urushi e dourado com mercúrio.

A cruz em forma latina é constituída por duas placas cruciformes deslizantes que encerram uma caixa com o mesmo formato, compartimentada com varias aberturas (11) com relíquias de santos, fixas em cera nos vários invólucros.

As duas hastes articulam com dobradiças e fecham através de rosca com terminais em forma de carapeta e argola de suspensão na haste superior.

Uma das placas apresenta Cristo Crucificado delicadamente relevado com o seu resplendor em forma de estrela, encimado por cartela com a inscrição “INRI” – isto é, Iesus Nasarenus Rex Iudaeorum ou seja, “Jesus Nazareno, Rei dos Judeus”. Na cabeça tem a coroa de espinhos bem definida e o cabelo caído sobre o ombro direito. A face apresenta os olhos o nariz e a boca bem delineados, sendo que o bigode e a barba estão igualmente demarcados. Está coberto por cendal preso à direita e das suas mãos e pés escorre o sangue dos estigmas.

A seus pés uma caveira sobre dois ossos cruzados que significa o “Lugar da Caveira” (Gólgota), onde Cristo foi Crucificado. Este símbolo representa uma alegoria à Ressurreição - a Vitória da vida sobre a morte.

Na outra placa e ao centro está delicadamente relevado um Cálice Eucarístico sobrepujado pela hóstia consagrada, aferida, a meio, pela imagem do próprio Crucificado[2]. Está encimado pela pomba do Espirito Santo e ladeado por anjos, em sinal de adoração, suspensos entre nuvens, estilizadas e de cariz artístico japonês.

Sob este cálice eucarístico desenvolve-se a seguinte inscrição: “lOVVADO SEJA O SANCTISSº SACRAMcº” – ou seja, “Louvado seja o Santíssimo Sacramento” da Eucaristia, através do qual se difunde as palavras de Jesus: “A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue verdadeira bebida” (JO. 6, 55). No final desta placa e sob a inscrição está aposto um ramo de palmas de onde florescem flores e frutos, certamente símbolo de renovação e alegria.

As faces laterais, que delimitam a caixa de relíquias, estão preenchidas por friso contínuo de elementos vegetalistas e florais encadeados.

Relicários como este, de produção artística japonesa, são extremamente raros. Ao integrarem temas europeus ou cristãos (Kirishitan) apelavam tanto aos nativos, como aos “Bárbaros do Sul”[3] (os Nambanjin), em particular aos portugueses. Usados para práticas espirituais e principalmente como repositório de raras e valiosas relíquias mínimas (pequenas partículas do corpo de um santo) que trazem penduradas ao pescoço. O “culto das relíquias” está sobremaneira valorizado num dos postulados ditados pelo Concilio de Trento (1543 a 1563), que obriga os fiéis a respeitar e honrar as relíquias dos corpos dos mártires e de outros santos, porque eles são membros vivos de Jesus Cristo, operando Deus graças extraordinárias por meio deles, que devem, um dia, ressuscitar para a vida eterna”[4].

Estas cruzes-relicários espelham práticas de devotio moderna[5] que se aliam de modo directo à Companhia de Jesus. A piedade eucarística e a devoção à Cruz de Cristo, símbolos que se espelham nesta peça, são dois aspectos que dominam a espiritualidade desta Ordem Religiosa[6], indicando-a como provável encomendante.

Exemplares como este são extremamente raros destacando-se dois, nas coleções do Victoria and Albert Museum, Londres [7], um no Tokyo National Museum e outro na coleção Távora Sequeira Pinto, todos eles muito idênticos apontam para uma única oficina de fabrico.

A peça aqui analisada é uma masterpiece de produção Nanban, uma das mais raras e preciosas. A avaliar pela sua qualidade, bem patente, não só na sumptuosidade dos materiais utilizados, mas também pelas relíquias que encerram, extremamente dispendiosas à época, esta Cruz-Relicário terá sido pertença de um alto dignitário da Igreja ou mesmo oferta diplomática dos padres jesuítas a personagens das cortes regionais japonesas, que conseguiram converter, no entorno dos Daimyō (senhores da guerra e terra tenentes). O fabrico é provavelmente Quinhentista, ou de inícios do século seguinte, dado que o édito de proibição da religião cristã data de 1614.

Nota:

Ao contrário do que se afirmou no passado, a produção de peças de Sawasa de exportação não se inicia com o período Holandês, mas sim no âmbito do comércio português, como o provam estes relicários jesuíticos.

Foi no Japão, onde São Francisco Xavier chegou em 1549, que os jesuítas tiveram o seu maior sucesso como missionários. Habilmente, começaram por converter as elites; eles sabiam que ao convencerem os Daimyō, todos os súbditos se lhes seguiriam. E, para estes, era necessário serem identificados com a nova religião, mostrarem-se alinhados com o poder, sob pena de grandes represálias. Para tal, era aconselhável ostentarem os símbolos da nova fé, facto que não passou despercebido ao olhar atento dos artífices locais, que rapidamente começaram a produzir cruzes, rosários, relicários, retábulos e tudo quanto os fizessem conotar com a iconografia cristã.


BIBLIOGRAFIA


· Fausto Sanches Martins, “Culto e devoções das igrejas dos Jesuítas em Portugal”, Porto: Universidade do Porto. Faculdade de Letras in Colóquio Internacional A Companhia de Jesus na Península Ibérica no séc. XVI e XVII, 2004, p. 89-118.

· Hugo Miguel Crespo, Choices, Lisboa, AR-PAB, 2016.

· Hugo Miguel Crespo, Jóias da Carreira da India (cat.), Lisboa, Fundação Oriente, 2014.

· Max de Brujin, Johannes Bastiaan, Sawasa – Japanese Export Art in Black and Gold, 1650-1800 (cat.), Amsterdam – Zwolle; Rijksmuseum – Uitgeverij Waanders, 1998.

Peças semelhantes:

· Pedro Dias, Arte Portuguesa no Mundo – Japão, p. 115.

· Encompassing the Globe, Portugal and the World in the 16 th e 17 th Centuries, p. 36;


[1] Sawasa é o nome japonês dado a artefactos feitos por artistas e artesãos asiáticos que adoptaram modelos europeus e os combinaram com materiais japoneses. Apresentam motivos decorativos em relevo dourado sobre uma superfície lustrosa lacada.

[2] Na Eucaristia procede-se à Consagração do pão e do vinho, convertendo-se o pão no Corpo e o vinho no Sangue de Cristo. A este “milagre” eucarístico, o Concilio de Trento (1543 a 1563) chamou de “transubstanciação”. Cf.: Concilio de Trento, Sessão XIII, Cap. IV, nº 877.

[3] Os europeus eram designados por “Bárbaros do Sul” que os locais traduziam por Nanbanjin.

[4] Francisco Portugal Guimarães, Proprium Sanctorum: o culto, as suas relíquias e os seus relicários, in População e Sociedade, CEPESE, Porto, vol. 20, 2012, pp. 53-67. P. 57.

[5] A Devotio Moderna foca-se na oração e no desenvolvimento da vida interior pessoal.

[6] Fausto Sanches Martins, “Culto e devoções das igrejas dos Jesuítas em Portugal”, Porto: Universidade do Porto. Faculdade de Letras in Colóquio Internacional A Companhia de Jesus na Península Ibérica no séc. XVI e XVII, 2004, p. 99. Cf.: https://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/8707

[7] Max de Brujin, Johannes Bastiaan, Sawasa – Japanese Export Art in Black and Gold, 1650-1800 (cat.) Amsterdam – Zwolle; Rijksmuseum – Uitgeverij Waanders, 1998, p. 24, n. 29.

Previous
|
Next
5 
of  5
Manage cookies
Copyright © 2025 São Roque
Site by Artlogic
Instagram, opens in a new tab.
Join the mailing list
Send an email

This website uses cookies
This site uses cookies to help make it more useful to you. Please contact us to find out more about our Cookie Policy.

Manage cookies
Accept

Cookie preferences

Check the boxes for the cookie categories you allow our site to use

Cookie options
Required for the website to function and cannot be disabled.
Improve your experience on the website by storing choices you make about how it should function.
Allow us to collect anonymous usage data in order to improve the experience on our website.
Allow us to identify our visitors so that we can offer personalised, targeted marketing.
Save preferences
Close

Join our mailing list

Signup

* denotes required fields

We will process the personal data you have supplied in accordance with our privacy policy (available on request). You can unsubscribe or change your preferences at any time by clicking the link in our emails.