São Roque
Skip to main content
  • Menu
  • Artworks
  • Publications
  • Press
  • About Us
  • Exhibitions
  • Videos
  • Sold Archive
  • Contact
  • PT
  • EN
Menu
  • PT
  • EN
Artworks

Portugal

  • All
  • Cruzamento de Culturas
  • Internacional
  • Portugal
Open a larger version of the following image in a popup: Contador de Torcidos e Tremidos, Portugal, séc. XVII
Open a larger version of the following image in a popup: Contador de Torcidos e Tremidos, Portugal, séc. XVII

Contador de Torcidos e Tremidos, Portugal, séc. XVII

pau-santo e faixeado de pau-santo ferragens em bronze recortando e vazado
133,5 x 108 x 53 cm
A598
Enquire
%3Cdiv%20class%3D%22title_and_year%22%3E%3Cspan%20class%3D%22title_and_year_title%22%3EContador%20de%20Torcidos%20e%20Tremidos%3C/span%3E%2C%20%3Cspan%20class%3D%22title_and_year_year%22%3EPortugal%2C%20s%C3%A9c.%20XVII%3C/span%3E%3C/div%3E%3Cdiv%20class%3D%22medium%22%3Epau-santo%20e%20faixeado%20de%20pau-santo%20ferragens%20em%20bronze%20recortando%20e%20vazado%20%3C/div%3E%3Cdiv%20class%3D%22dimensions%22%3E133%2C5%20x%20108%20x%2053%20cm%3C/div%3E

Further images

  • (View a larger image of thumbnail 1 ) Thumbnail of additional image
  • (View a larger image of thumbnail 2 ) Thumbnail of additional image
Read more

Magnífico contador da segunda metade do séc. XVII, com dois corpos – caixa paralelepipédica com gavetas e base ou trempe - em carvalho e pau-santo (Dalbergia nigra).

O corpo, faixeado a pau-santo, tem faces e topo ondulados com frisos e molduras de tremidos. Está guarnecido com ferragens de cobre recortadas, cujo cinzelado - num arabesco vazado - transmite luminosidade, o que quebra a monotonia da prumada das gavetas, nesta prestigiada madeira oriunda do Brasil.

É constituído por doze gavetas, que simulam 16 de idênticas dimensões e colocadas simetricamente, com padrão de tremidos verticais e emolduradas com faixa relevada de ondulado saliente e mais apertado, conferindo movimento à peça. Contribuem para a ornamentação de cada gaveta as ferragens, que intercalam um fino rendilhado nos espelhos circulares dos puxadores, com idêntico trabalho nos escudetes ogivais da chave, realçados e de maiores dimensões, ao centro. Perifericamente, a frente da caixa termina em moldura com o mesmo tipo de frisado, que encerra todas as gavetas.

A decoração das ilhargas, de grande sobriedade, tira partido da beleza do veio da madeira escolhida – tal como o topo - centradas numa exuberante gualdra rendilhada, com grande qualidade de manufatura. Cantoneiras rendilhadas de idênticas características, cuja função é, não só estética, mas também de proteção, completam a composição da caixa .

Trempe com o aro avançado, igualmente decorado com tremidos de caneluras verticais, que assenta sobre quatro pernas maciças e torneadas, em pau-santo, tal como os travejamentos.

Embora parte do fascínio deste móvel resida nas gavetas, o horror vacui do trabalho de torno - bolachas sobrepostas, de diferentes diâmetros e estrangulamentos vincados, interrompidos por cubos de interseção das travessas que terminam em pés em bola - contribui indiscutivelmente para a sua beleza, ditando um carácter dramático e de grande exuberância. Tal como afirma Reynaldo dos Santos, “os contadores portugueses representam só por si modelos de obras de torno de notáveis recursos”.[1]

O termo “contador” designava originalmente uma caixa com gavetas, destinada a armazenar objetos ou documentos relacionados com a contabilidade, que era colocada em cima de uma mesa ou estrado. A partir do séc. XVII foi incorporada mesa de suporte – a trempe[2] - sendo designado comummente por cabinet, na Europa.

É a partir dessa altura que o contador português adquire um estilo muito próprio, que o diferencia dos congéneres europeus, com trempe constituída por num conjunto de pernas e travessas torneadas, de estrangulamentos muito vincados, semelhantes às das mesas-bufete, embora com alguma influência holandesa no uso de tremidos, torcidos e espinhados.[3]

Fabricado na segunda metade do séc. XVII, este móvel-contador insere-se no designado Estilo Nacional ou Primeiro Barroco, onde os tremidos ou molduras ondulantes irão constituir “um verdadeiro culto decorativo”.[4] O trabalho de torneados, onde se incluem as bases dos contadores, trabalhados com bolachas, discos, anéis e bolbos com estrangulamentos, criando uma interessante sensação de movimento, enriqueceu o mobiliário produzido neste período do “estilo nacional lusitano”.[5] O seu verdadeiro carácter residia na forma como se extraíam as potencialidades plásticas do trabalho decorativo do pau-santo, incluindo a aplicação de elementos de latão, cujo brilhante rendilhado evocava nítida influência islâmica e hindu.[6]

Os contadores produzidos neste estilo são móveis de luxo, contrastando a exuberante decoração do metal de influência longínqua, com o tom escuro e quente desta madeira exótica de grande qualidade proveniente do Brasil, trabalhada com notável vigor. De execução técnica excecional, os contadores atingem o seu apogeu no séc. XVII, sempre associados a proprietários de elevados recursos económicos e de elevado estatuto social.[7]

Leonor Liz Amaral

BIBLIOGRAFIA

FREIRE, Fernanda Castro; PEDROSO, Graça; HENRIQUES, Raquel Pereira, Mobiliário, Móveis de Conter, Pousar e de Aparato, Vol. II, Fundação Ricardo Espírito Santo e Silva, Museu-Escola de Artes Decorativas Portuguesas, 2002.

MARROCANO, João Henrique, “Mobiliário português de estilo nacional: o bufete forma, origem e identidade”, Res Mobilis, 10(12), 2021, pp.44–74.

MEDEIROS, Maria do Céu, O Mobiliário na Pintura do séc. XVII em Portugal, Dissertação de Mestrado, Universidade de Lisboa, 2015.

PROENÇA, José António, Mobiliário da Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, IPM, 2002.

SANTOS, Reynaldo dos, Oito séculos de Arte Portuguesa - História e Espírito, Vol. III, Lisboa, Editorial Notícias, s.d.


[1] SANTOS, Reynaldo dos, s.d., vol. III, p. 442.

[2] https://pacodosduques.gov.pt/monumentos/paco-dos-duques/colecao/mobiliario/contador-pd0442/

[3] MARROCANO, João H., 2021, pp.58-59.

[4] Robert Smith in MEDEIROS, M. Céu, 2015, p. 30; R. Smith in PROENÇA, J. A., 2002, p. 19, nota r. 1.

[5] PROENÇA, José António, 2002, p. 19.

[6] MARROCANO, João H., pp. 56-57.

[7] MEDEIROS, 2015, p. 68.

Previous
|
Next
12 
of  14
Manage cookies
Copyright © 2025 São Roque
Site by Artlogic
Instagram, opens in a new tab.
Join the mailing list
Send an email

This website uses cookies
This site uses cookies to help make it more useful to you. Please contact us to find out more about our Cookie Policy.

Manage cookies
Accept

Cookie preferences

Check the boxes for the cookie categories you allow our site to use

Cookie options
Required for the website to function and cannot be disabled.
Improve your experience on the website by storing choices you make about how it should function.
Allow us to collect anonymous usage data in order to improve the experience on our website.
Allow us to identify our visitors so that we can offer personalised, targeted marketing.
Save preferences
Close

Join our mailing list

Signup

* denotes required fields

We will process the personal data you have supplied in accordance with our privacy policy (available on request). You can unsubscribe or change your preferences at any time by clicking the link in our emails.