Prato de Aparato , 1660 - 1680
Na reserva central uma figura masculina de cariz oriental está sentada num passadiço em posição de meditação, flanqueada por árvore de grande porte, e segurando o que parece uma umbella ou papagaio de papel. Ao fundo distinguem-se elementos arquitetónicos e vegetalistas.
Circunscrevendo esta cena, apresenta-se uma banda perimetral, preenchida com sequência contínua de círculos concêntricos triplos, a qual se repete no remate do bordo. A aba apresenta-se decorada por motivos vegetalistas e arvoredo emergindo de formações rochosas ou de água, bem como elaborados elementos arquitetónicos. No tardoz encontram-se quatro ramos estilizados equidistantes.
A decoração, sofisticada e minuciosa, que define este prato, designada na literatura por “Desenho Miúdo”, surge em Lisboa cerca de 1660, sendo caracterizada pela pulverização dos elementos decorativos sobre a superfície do objeto, um tipo de gramática ornamental inspirada por modelos chineses, usual em peças datadas do período de transição entre as dinastias Ming e Qing (c.1620-1683).
O despontar desta tipologia decorativa coincide também com a mudança de paleta cromática, através da introdução do pigmento roxo de manganês, que se inaugura a partir da segunda metade do séc. XVII. Alternativa Portuguesa à crescente produção Holandesa sua concorrente, difere da mesma na irreverencia, mas também no evidente sentido de humor, que se revela na execução dos motivos, diversificando-se igualmente a morfologia dos objetos produzidos, alguns deles peças de aparato não registadas em períodos anteriores, como é o case deste prato de suporte.
Para além da temática da composição decorativa e do seu cromatismo, a relevância deste prato é reforçada pelas suas invulgares dimensões e formato fundo, bem como pelo facto de ter sido selecionado para figurar na Exposição de Cerâmica Ulissiponense de 1936, conforme atesta a relevante etiqueta que se encontra ainda colada no verso.
Bibliografia:
Faiança Portuguesa Séc. XVI a XVIII, Lisboa, SCRIBE, 2008, p. 67, fig. 47
O Exótico nunca está em casa? - A China na faiança e no azulejo portugueses (século XVII – XVIII), (Cat.), Lisboa, M. N. Az., 2013, pp. 59-79
Provenance
Keil do Amaral, Canas de SenhorimNa reserva central uma figura masculina de cariz oriental está sentada num passadiço em posição de meditação, flanqueada por árvore de grande porte, e segurando o que parece uma umbella ou papagaio de papel. Ao fundo distinguem-se elementos arquitetónicos e vegetalistas.
Circunscrevendo esta cena, apresenta-se uma banda perimetral, preenchida com sequência contínua de círculos concêntricos triplos, a qual se repete no remate do bordo. A aba apresenta-se decorada por motivos vegetalistas e arvoredo emergindo de formações rochosas ou de água, bem como elaborados elementos arquitetónicos. No tardoz encontram-se quatro ramos estilizados equidistantes.
A decoração, sofisticada e minuciosa, que define este prato, designada na literatura por “Desenho Miúdo”, surge em Lisboa cerca de 1660, sendo caracterizada pela pulverização dos elementos decorativos sobre a superfície do objeto, um tipo de gramática ornamental inspirada por modelos chineses, usual em peças datadas do período de transição entre as dinastias Ming e Qing (c.1620-1683).
O despontar desta tipologia decorativa coincide também com a mudança de paleta cromática, através da introdução do pigmento roxo de manganês, que se inaugura a partir da segunda metade do séc. XVII. Alternativa Portuguesa à crescente produção Holandesa sua concorrente, difere da mesma na irreverencia, mas também no evidente sentido de humor, que se revela na execução dos motivos, diversificando-se igualmente a morfologia dos objetos produzidos, alguns deles peças de aparato não registadas em períodos anteriores, como é o case deste prato de suporte.
Para além da temática da composição decorativa e do seu cromatismo, a relevância deste prato é reforçada pelas suas invulgares dimensões e formato fundo, bem como pelo facto de ter sido selecionado para figurar na Exposição de Cerâmica Ulissiponense de 1936, conforme atesta a relevante etiqueta que se encontra ainda colada no verso.
Bibliografia:
Faiança Portuguesa Séc. XVI a XVIII, Lisboa, SCRIBE, 2008, p. 67, fig. 47
O Exótico nunca está em casa? - A China na faiança e no azulejo portugueses (século XVII – XVIII), (Cat.), Lisboa, M. N. Az., 2013, pp. 59-79
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