Prato de grandes dimensões armoreado

PRATO DE GRANDES DIMENSÕES ARMOREADO
Faiança portuguesa “Pré-Aranhões”
Lisboa, 1620-1640
Diâm.: 30.0 cm
C692

Prov: coleção Dr. Guilherme Moreira, Coimbra

Publicado em: MONCADA, M. Cabral - "Faiança Portuguesa - séc. XVI a XVIII", Lisboa 2008 (p. 63)

LARGE ARMORIAL PLATE
Portuguese faience “Pré-Aranhões”
Lisbon, 1620-1640
Diam.: 30 cm
C692
Provenance: Dr. Guilherme Moreira collection, Coimbra

Published in: MONCADA, M. Cabral - "Faiança Portuguesa - séc. XVI a XVIII", Lisboa 2008 (p. 63)

Raro prato de faiança portuguesa do século XVII, de covo pouco acentuado, aba larga levantada e frete recuado, revestido de esmalte branco estanífero. A decoração periférica segue o padrão típico da porcelana Kraak, do período Ming - Wanli, pintada a azul-cobalto de tons fortes, mas, neste caso centrada por escudo heráldico, possivelmente de uma casa religiosa.
O exuberante brasão de formato ibérico, por vezes designado como “português” apresenta timbre inserido em cartela maneirista, e esquartelado com a antiga heráldica de Portugal e Aragão, sob a Coroa Real Portuguesa fechada, tratando-se de brasão de armas conventual ou de Ordem ligada ao culto Isabelino. Na primeira metade do séc. XVII, ainda durante o reinado dos Habsburgo, houve grande atividade no sentido da canonização da Rainha Santa Isabel, que culminou com a transladação do seu féretro para o Convento de Santa Clara-a-Nova de Coimbra em 1677.
A aba está dividida em oito reservas, cuja decoração alterna folhas de artemísia com cordões enrolados e ramos estilizados de boninas, separados por colunelos de laçadas suspensas, centradas por selos. No tardoz, aba decorada por sete reservas iguais de flor estilizada, separadas por traços verticais.
Peça heráldica bem representativa da combinação equilibrada de um brasão Europeu enquadrado pelos habituais motivos ornamentais derivados da porcelana chinesa Kraak, característicos da decoração das faianças portuguesas deste período.
A exuberância dos brasões de armas encontrados nas representações heráldicas nestes pratos de aparato reflete muitas vezes a rápida ascensão social da burguesia na época— que rivalizava, em gosto e luxo, com a nobreza e o alto clero — ávida destes produtos indicadores de poder e riqueza.

LARGE ARMORIAL PLATE
Portuguese faience “Pré-Aranhões”
Lisbon, 1620-1640
Diam.: 30 cm
C692
Provenance: Dr. Guilherme Moreira collection, Coimbra

Published in: MONCADA, M. Cabral - "Faiança Portuguesa - séc. XVI a XVIII", Lisboa 2008 (p. 63)

Rare, large 17th century Portuguese faience display plate of broad raised lip, enamelled in translucent white tin glaze. The peripheral decorative composition follows the typical patterns of Kraak porcelain from the Ming - Wanli reign period, painted in a dark cobalt-blue pigment, but, in this instance centred by a heraldic shield, possibly belonging to a religious house.
The exuberant armorial of Iberian shape, sometimes referred to as “Portuguese”, features a shield within a Mannerist cartouche, quartered with the ancient Portugal and Aragon heraldic, surmounted by a closed Portuguese Royal crown, most certainly the arms of a convent or of a religious order related to the Elizabethan cult. Throughout the first-half of the 17th century, during the Habsburg ruling of Portugal, there were considerable efforts to canonise Queen Saint Elizabeth, which culminated with the transferring of her remains to the Newer Monastery of Saint Clare, at Coimbra, in 1677.
The plate lip is segmented in eight sections whose decoration alternates Artemisia leaves, coiled cords and stylised daisies’ bouquets, separated by hanging bows centred by seals. The lip reverse is decorated by seven identical cartouches with stylised flowers, alternating with vertical stripes.
This heraldic plate is a particularly successful example of the well balanced combination of a European armorial framed by ornamental motifs copied from Chinese Kraak porcelain, so characteristic of Portuguese faience from this period.
The exuberance of the heraldic armorials recorded in these display plates does often reflect the fast social rise of the entrepreneurial classes – who rivalled, in their taste and luxury, the aristocracy and high church hierarchy – avid consumers of these products indicative of power and wealth.