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Jarro para Vinho de Palma , Congo, Reino Kuba, sec. XIX

ébano (?), patina castanha
20,5 cm
F1410
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Este surpreendente contentor, em forma de cabeça antropomórfica (ou taça cefalomórfica), esculpido em madeira por artistas do reino Kuba - República Democrática do Congo - faz parte do grupo de taças para vinho de palma destinadas a membros da aristocracia. A sua estilização acentuada convive harmoniosamente com um naturalismo de grande beleza formal e ornamental, conferindo-lhe uma notável expressividade. O vinho de palma, consumido em festivais, funerais e outras ocasiões sociais seculares, tinha um papel importante em iniciações rituais masculinas. Na superfície deste recetáculo, com abertura no topo, destacam-se inúmeras incisões que o decoram, formando padrões ornamentais diversos. O cabelo e o toucado assemelham-se a um cesto e as feições são geometrizadas, salientando os olhos amendoados, rematados por sobrancelhas grossas incisas, ritmadamente dispostas em linhas paralelas e em espinha, e separadas por quatro linhas verticais paralelas, a meio da testa. O nariz triangular e a boca em dupla ogiva conferem força e simetria à cabeça, contribuindo para a serenidade e altivez do rosto; as escarificações faciais - marcas identitárias da comunidade - reforçam a simetria no seu todo. No verso destaca-se a asa em forma de antebraço, que tem origem no pescoço e termina na nuca, com uma mão fechada.Os padrões geométricos visíveis nesta taça relacionam-se com a arte têxtil do reino, tal como outras esculturas e objectos decorados com os motivos dos luxuosos tecidos aveludados em ráfia, que eram usados em cerimónias reais e de iniciação. Os nós entrelaçados, designados nnaam e o padrão em diamante facetado em relevo, observados na zona correspondente ao cabelo, são muito comuns nas artes decorativas deste povo, assim como o zig-zag - símbolo real – assim como na arquitetura. As linhas paralelas no centro da testa são indicadoras da alta posição social da figura aqui representada.Cada padrão tem o seu nome baseado na analogia entre o design e algumas formas da natureza. Por se encontrarem isoladas, as formas geométricas incisas na face e na nuca, assim como as do pescoço e da pega, em zig-zag, têm significado próprio. Segundo Vansina são signos, tal acontece com o entrelaçado de nó duplo inscrito num quadrado, chamado imbol, que quando utilizado por trás de uma máscara está relacionado com o rei. Embora alguns historiadores atribuam a mão fechada - motivo que encontramos também em tambores - a emblemas da sociedade de guerreiros, representando o inimigo morto, estando eventualmente associado a um acontecimento bélico ocorrido nos finais do séc. XIX, outros associam-na a rituais, não existindo provas de qualquer uma destas interpretações. Contudo, é interessante referir que noutros reinos da África subsaariana, como o Benim (na atual Nigéria), a representação da mão está muito ligada aos portugueses, relacionável com as manilhas (braceletes) em metal - por eles levadas para comerciar com os povos Edo – tendo sido introduzida em objetos rituais da arte real. A asa remete ainda para os gomis europeus, replicando os de prata ou de faiança portuguesa, que apresentavam formas diversas, tanto de animais como de figuras humanas.Os artistas Kuba são conhecidos pela criatividade na ornamentação de objetos utilitários, como copos ou taças, sendo que a especialização escultórica se acentuou a partir da década de 1890. As peças em forma humana (cabeça ou corpo inteiro) são os objectos de maior prestígio, constituindo verdadeiras esculturas, cuja virtuosidade é bem visível nesta peça. Normalmente, as cabeças representam oficiais intitulados, indivíduos que mereceram este estatuto, por mérito próprio, uma vez que entre os Kuba, os títulos não são hereditários.Existem algumas copas semelhantes no British Museum, em Londres, referindo-se a que tem o número de inventário Af1949,46.399, assim como o Metropolitan Museum of Art em Nova Iorque - AN1979.206.108, datadas do séc. XIX-XX. Contudo a taça da São Roque destaca-se dos exemplares sobreviventes pela sua estética requintada. A sua sofisticada forma e decoração remete-nos - para além da sua função utilitária - para o seu proprietário, seguramente uma importante individualidade, constituindo sinal de riqueza e prestígio. O reino Kuba, fundado pelos Bushoong, situa-se entre os rios Kasai e Sankuru, na região ocidental de Kasai, no Congo Democrático (antigo Zaire). A origem está relacionada com uma migração de povos Mongo, vindos de Noroeste, que ocorreu cerca de duzentos anos antes. Segundo a tradição oral, estes grupos descenderiam de um antepassado mítico chamado Woot , considerado o primeiro humano – tal como Adão – que teria nomeado os animais e a natureza. O reino estabeleceu-se cerca de 1620, fundado pelo rei Shyaam, que uniu um conjunto de cidades e pequenas chefaturas, dando origem aos Bushong. Da unificação de vários grupos étnicos resultou uma intrincada, mas bem organizada estratificação social, aliando a força militar com a produção agrícola, o comércio e a taxação, encabeçada pelo rei, que era considerado divino. Após a fundação, desenvolveram-se ricas tradições, quer ao nível da arquitetura e da escultura, quer ao nível dos têxteis e outras artes decorativas. Tal como em outras regiões da bacia do Congo, a arte relaciona-se com dois temas principais: o poder e a religião, estando a representação do poder real associada a quatro fatores: “a força (autoridade militar), a legitimidade (a santificação ritual), o estatuto (hierarquia social) e a riqueza (a diferenciação material)”. Deste modo, no reino Kuba produziu-se uma arte de corte cujas características formais e estilísticas se relacionavam com a competição do poder. Cada monarca obtinha uma estátua comemorativa ndop e novas insígnias de prestígio (a partir de 1650), tais como máscaras ou objetos de uso corrente, colecionando obras de arte que se destinavam a ofertas políticas. A nobreza também possuía símbolos de distinção, dando origem à produção de uma grande variedade de peças de ornamentação requintada. A função das estátuas reais comemorativas, representações estilizadas e idealizadas, consistia na legitimação do chefe supremo, o nyim, escolhido entre os Bushoong, estabelecendo ligação aos antepassados ancestrais. Nesta sociedade existia uma forte competição entre os membros da elite governamental, por posições de poder e títulos, o que se refletia na produção dos escultores, executantes dos artigos sumptuosos que constituíam sinais visíveis de riqueza e poder, contribuindo para definir o estatuto social de quem os possuía. As taças ou recetáculos sofisticadamente decorados para beber vinho de palma são reservados aos membros da aristocracia, da autoridade política ou religiosa e ao rei - estas usualmente de corpo inteiro – constituindo importantes ofertas diplomáticas, embora também fossem usadas em funerais. A sua decoração e criatividade perpassaram através dos tempos, por se tratar de uma sociedade bem organizada, com uma identidade étnica, crenças religiosas marcadas e com uma produção artística notável.
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