Tampo de Mesa de Engonços , Pegu, séc. XVI
madeira lacada, ouro e ferro
2,5 x 92 x 114 cm
F993
Esta muito rara mesa de engonços, ou de encartar, concretamente o tampo – dado que seria montada em cavaletes que não subsistem – de madeira exótica revestida a laca do Sudeste Asiático ou thitsi a negro, seria igualmente decorada a folha de ouro segundo a mesma técnica birmanesa (shweizawa) referida quanto ao escudo. A decoração a ouro de motivos vegetalistas ou rinceaux seria em tudo semelhante à de outras peças produzidas no reino do Pegu para o mercado português, enquanto que a decoração entalhada e incisa (melhor observada a partir das radiografias que dela se fizeram), embora provavelmente devedora também da decoração da cerâmica chinesa da dinastia Ming, nomeadamente aplicada à porcelana de azul e branco, inspira- se claramente nos entrelacs renascentistas, tal como divulgados por gravuras europeias levadas pelos portugueses.
Mesas semelhantes surgem, como se viu na documentação referente aos condes de Linhares, registadas entre 1562 e 1564 pelos oficiais da casa de D. Catarina de Áustria, em documentos publicados por Annemarie Jordan.
Dos raríssimos exemplares remanescentes pode-se citar a mesa (121 × 96,4 cm) dita do Cardeal Alberto de Áustria (1559–1621), vice-rei de Portugal, hoje na Kunstkammer do Kunsthistorisches Museum, Viena (inv. no. 4958) de fabrico seguramente chinês, e de uma outra publicada por Pedro Dias, já praticamente sem o seu original revestimento lacado e dourado, e que será, tal como a presente, uma produção birmanesa.
H. M. C
Mesas semelhantes surgem, como se viu na documentação referente aos condes de Linhares, registadas entre 1562 e 1564 pelos oficiais da casa de D. Catarina de Áustria, em documentos publicados por Annemarie Jordan.
Dos raríssimos exemplares remanescentes pode-se citar a mesa (121 × 96,4 cm) dita do Cardeal Alberto de Áustria (1559–1621), vice-rei de Portugal, hoje na Kunstkammer do Kunsthistorisches Museum, Viena (inv. no. 4958) de fabrico seguramente chinês, e de uma outra publicada por Pedro Dias, já praticamente sem o seu original revestimento lacado e dourado, e que será, tal como a presente, uma produção birmanesa.
H. M. C
Provenance
Arq. José Lico, Lisboa3
de
3
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